Drex e criptomoedas: conheça as diferenças entre as moedas

Drex x criptomoedas
12/03/2024 10 min de leitura

O Banco Central do Brasil (BC) está desenvolvendo o Drex, uma moeda digital nacional, com o objetivo de revolucionar as transações financeiras, reduzir custos e democratizar o acesso ao mercado financeiro em todo o país.

O Drex promete ser uma alternativa inovadora ao dinheiro físico, trazendo consigo uma série de diferenças e vantagens em relação às criptomoedas tradicionais. Esta iniciativa do BC marca um momento importante no desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, oferecendo uma nova forma de pagamento que mantém o valor fiduciário do Real, tanto em forma digital quanto física.

Neste artigo, exploraremos as distinções entre o Drex e as criptomoedas, destacando como essa nova moeda digital brasileira pode impactar a maneira como conduzimos transações financeiras e interagimos com o sistema financeiro nacional.

Afinal, o que é o DREX? 

O Drex é uma Moeda Digital do Banco Central, cuja sigla, CBDC, deriva o do termo original em inglês: Central Bank Digital Currency. O objetivo dele é modernizar o sistema financeiro nacional. O Drex será uma forma digital do Real brasileiro, mantendo o mesmo valor da moeda física. 

Como uma CBDC, o Drex será emitido e controlado pelo BC, proporcionando maior eficiência nas transações financeiras, redução de custos e maior inclusão financeira em todo o país. 

A representação digital do Real deve servir para a compra de bens, imóveis, veículos, títulos públicos e para realização de outras transações financeiras, assim como o dinheiro físico. 

O acesso ao Drex poderá ser feito por meio de carteiras digitais, permitindo a realização de transações em lojas físicas e virtuais, utilizando um celular, smartwatch ou outro dispositivo digital, tudo isso com o registro e acompanhamento do Banco Central. 

As criptomoedas, por outro lado, são uma forma de moeda digital descentralizada que utiliza criptografia para garantir transações seguras e controlar a criação de novas unidades. Operando em uma rede distribuída de computadores, as transações de criptomoedas são registradas de forma transparente e imutável em um livro-razão público chamado blockchain. 

São processos de mineração e validação de transações que controlam as novas unidades de criptomoedas que são introduzidas na rede, enquanto as transações são protegidas pela criptografia, oferecendo uma ao sistema financeiro tradicional. Apesar de algumas semelhanças, o Drex não é uma criptomoeda.

Diferenças entre o Drex e as criptomoedas

Emissão e regulação

As criptomoedas são criadas e gerenciadas por redes descentralizadas, como o blockchain. Já os CBDCs, como é o caso do Drex, são moedas digitais emitidas e controladas por um banco central.

São poucos os países que possuem regulamentações específicas para criptomoedas, muitas jurisdições ainda estão desenvolvendo sua abordagem regulatória. No caso do Drex, ele passa pela mesma política monetária do real tradicional.

Descentralização

Criptomoedas são descentralizadas e não são controladas por uma autoridade central, enquanto o Drex será regido pelo Banco Central. Isso oferece mais estabilidade na gestão dos recursos, mas por outro lado, não oferece rentabilização automática na carteira, como é o caso das criptomoedas.

Tecnologia

Tanto as criptomoedas, quanto o Drex, operam em tecnologias de blockchain. No caso do Drex, ele está classificado na categoria Moeda Digital de Banco Central (CBDC, sigla em inglês), por isso a ferramenta tem o valor garantido pela autoridade monetária. Nesse caso, o Drex tem o mesmo valor do real tradicional.

Volatilidade e risco

Quando o assunto é volatilidade e riscos, as diferenças entre o Drex e as criptomoedas são bastante significativas. Enquanto as criptomoedas são conhecidas por sua alta volatilidade e risco associado, o Drex tem potencial para oferecer uma opção de moeda digital com maior estabilidade de valor e menos volatilidade.

As criptomoedas são utilizadas para transações financeiras, investimentos e especialmente como uma reserva de valor digital. Além da volatilidade, que torna a moeda menos atraente para transações diárias, dependendo da criptomoeda e da rede utilizada, os custos de transação podem ser relativamente elevados em comparação com métodos de pagamento tradicionais.

Outro fator é que embora a aceitação das criptomoedas como meio de pagamento esteja crescendo, muitos estabelecimentos comerciais ainda não aceitam criptomoedas como forma de pagamento, o que limita sua utilidade como meio de transação. Alguns blockchains também enfrentam desafios em relação à velocidade das transações. 

Esses fatores tornam as criptomoedas mais atraentes como reserva de valor, como é o caso do ouro e de outras commodities. O Drex, no entanto, é pensado para a realização de transações, em especial para casos mais complexos, onde há uma propriedade envolvida. 

Benefícios da criação do DREX

  • Modernização do Sistema Financeiro brasileiro, alinhando-o com as tendências globais de digitalização e inovação tecnológica;

  • Redução de Custos e Eficiência, eliminando intermediários e simplificando os processos de pagamento, o que pode beneficiar tanto indivíduos quanto empresas;

  • Inclusão Financeira, facilitando o acesso ao sistema financeiro para pessoas que anteriormente não tinham acesso a serviços bancários tradicionais;

  • Combate à Informalidade, facilitando transações financeiras eletrônicas e rastreáveis, permitindo o combate à evasão fiscal e promovendo uma maior transparência nas atividades econômicas;

  • Estímulo ao desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras no setor financeiro, criando oportunidades para startups e empresas de tecnologia se envolverem no ecossistema financeiro digital;

  • Resiliência Financeira, tornando o sistema financeiro brasileiro menos vulnerável a choques externos, como crises econômicas ou emergências sanitárias;

  • Facilidade de Transações Internacionais, reduzindo custos e tempos de processamento, o que pode beneficiar o comércio exterior e fortalecer as relações econômicas do Brasil com outros países.

DREX e os contratos inteligentes 

O contrato inteligente é uma novidade que acompanha o Drex. Essa é uma versão digital e simplificada de um contrato formal. Por exemplo, no caso da venda de um automóvel ou de um imóvel, as informações da negociação e os dados do comprador e do vendedor ficam declarados no documento, permitindo a automatização do processo. 

A assinatura do contrato inteligente é realizada na conversão do valor de Reais para Drex. Ao final da venda, deve-se receber a escritura através de um token, tudo isso com efeito legal e garantia do BC.

E qual a diferença entre Drex e Pix?

O termo “Drex” vem da combinação das palavras “Digital”, “Real”, “Eletrônico”, seguidas pelo “x” que, segundo o BC, dá continuidade à família de soluções digitais do BC iniciada com o Pix.

O Pix é um sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central do Brasil e lançado em novembro de 2020, que permite a transferência de dinheiro entre contas bancárias em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana, de forma rápida e conveniente.

Já o Drex, é uma moeda digital emitida e controlada pelo Banco Central. A moeda pode ser usada para pagamentos, mas ela vai muito além disso, com outros objetivos, como: modernizar o sistema financeiro, facilitar a inclusão financeira e, em alguns casos, substituir ou complementar o dinheiro físico em circulação. 

Apesar dos nomes parecidos, Pix e Drex são coisas distintas. Em resumo, o Pix é o tipo de transação, enquanto o Drex é a própria moeda. 

Sandbox TecBan para o Drex

A TecBan é uma das empresas que faz parte do projeto piloto do Drex junto ao Banco Central do Brasil. No projeto piloto, diversas instituições enfrentam o desafio de avaliar a segurança, eficiência e escalabilidade da plataforma do Drex. 

Embora o ambiente Sandbox ainda não esteja disponível para comercialização, a TecBan hoje tem como consórcio do Piloto RD, um ambiente ativo e transacionável na plataforma Drex utilizando a moeda Drex (real tokenizado).

Em outubro de 2023, a TecBan liderou a primeira emissão e transferência interbancária do DREX, de forma simulada, testando as movimentações entre diversos bancos participantes do projeto piloto. As primeiras transferências trazem grande aprendizado e permitem aprimorar segurança, experiência, além da integração entre as tecnologias e plataformas.

Há mais de 40 anos, a TecBan colabora com a agenda de transformação do setor financeiro. Recentemente, foi pioneira na implementação de uma plataforma de Open Finance as a service no Brasil, além de contribuir com o desenvolvimento do Drex. 

Quer saber mais sobre a relação da TecBan com o Drex? O primeiro episódio do Podcast Tudo Conectado é sobre este assunto. Assista a íntegra no canal da TecBan no Youtube.