Nos últimos anos, o empreendedorismo tem salvado a vida financeira de muitas pessoas e empresas. Como teria sido o período da pandemia de Covid-19 para alguns homens e mulheres, por exemplo, se não tivessem convertido seus conhecimentos em produtos e serviços inovadores? No entanto, longe do discurso que conclama a reinvenção profissional e de negócio como uma saída fácil para combater as dificuldades econômicas, empreender requer habilidades esforço. E esse cenário torna-se ainda mais complexo quando transportamos a discussão para as áreas de Ciência e Tecnologia.
Aos profissionais desses segmentos que estão dispostos a se aventurarem em tal ação, trazemos aqui alguns conceitos e características do empreendedorismo. Apresentamos, também, modelos de negócios e projetos que podem marcar o início da sua caminhada empreendedora.
Origem do empreendedorismo
Apesar de ser um termo bastante utilizado no mundo dos negócios, empreendedorismo nada mais é do que o ato de empreender – colocar em execução, fazer, realizar. Pode ser começar uma empresa, um projeto no trabalho, uma ação no bairro...O importante é ter uma ideia e trabalhar para que ela se concretize.
O termo empreendedorismo existe há centenas de anos. No século 17, os economistas franceses Jean Baptiste Say e Richard Cantillon foram pioneiros ao escrever sobre o assunto. Na época, eles afirmaram que empreendedor era aquele que reunia capacidade de produção, gestão e de assumir riscos.
Já em 1942, no livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, o economista austríaco Joseph Schumpeter associou empreendedorismo ao desenvolvimento econômico. Para ele, o empreendedor era responsável pelo processo de destruição criativa: extinguir o velho para criar novos produtos, métodos de produção e mercados.
É por conta da soma desses conceitos que, até hoje, o empreendedorismo está muito ligado à inovação e à descoberta de novas oportunidades.
O que é ser empreendedor?
De acordo com a pesquisa Desafios dos Empreendedores Brasileiros, ser empreendedor – ou empreendedora – é simplesmente ter um objetivo e trabalhar para alcançá-lo, enfrentando os desafios que surgirão no caminho da sua implementação e manutenção.
Os empreendedores compartilham algumas características em comum. Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), as principais são: iniciativa; perseverança; coragem para correr riscos (na medida certa); capacidade de planejamento; eficiência e qualidade; liderança; e boa rede de contatos.
Mas, afinal, quem pode empreender? Não existe uma resposta certa. A verdade é que empreender é um caminho repleto de obstáculos nada óbvios para quem vê de fora. Os desafios mais comuns estão relacionados à gestão de pessoas, gestão financeira, questões jurídicas, inovação, marketing e vendas.
Afinal, toda a responsabilidade sobre o negócio é do empreendedor. Se os resultados são bons, ele é responsável por garantir que permaneçam assim. Se os resultados são negativos, é o empreendedor quem precisa trabalhar para reverter essa situação – até porque o seu sustento pode depender disso.
Também é importante lembrar que, para quem empreende, esse caminho pode ser bem solitário. Por isso, vale entender o seu perfil profissional antes de começar um negócio. Quem gosta de ter outras pessoas para dividir os ônus e os bônus da empresa, uma boa opção é procurar por sócios cujas habilidades sejam complementares.
De toda forma, empreender é um passo bem sério. Investir um tempo para entender se essa é a decisão certa pode te livrar de futuras dores de cabeça.
Como começar a empreender?
Para quem entendeu que empreender é a decisão certa, é importante responder algumas perguntas iniciais:
Por que você quer empreender?
Qual a sua ideia de negócio?
Como você vai ganhar dinheiro?
As perspectivas de ganhos financeiros correspondem às suas necessidades? Se não, é possível fazer ajustes no orçamento pessoal, familiar ou empresarial?
Como está o mercado em que você pretende atuar? Os resultados são bons ou ruins? A concorrência é grande?
Você tem recursos financeiros que podem ajudar ou precisará começar do zero?
Qual seu objetivo com a empresa? Onde deseja chegar daqui um ano?
Você pode correr riscos ou precisa de um retorno financeiro rápido?
Você tem tudo o que precisa para começar? Se não, o que ainda falta?
Refletir sobre essas questões facilitará o planejamento do seu negócio e, consequentemente, ajudará a tirar os projetos do papel de modo mais eficaz.
Empreendedorismo na Ciência
Empreender envolve sobretudo criação de novos negócios por meio de um pensamento inovador e ações que levem a um bom retorno financeiro. Entretanto, quando aliado ao setor científico – principalmente o setor da Saúde – esse termo pode ganhar novos significados, como: criar novos negócios que contribuam para o bem-estar geral da população.
Há uma série de formas de empreender nesse segmento, seja você proprietário ou não de uma empresa. Entre elas, temos:
Investir em pesquisas independentes;
Desenvolver materiais (e-Books, vídeos, livros) sobre educação ou pesquisas;
Criação de um laboratório de pesquisa para financiar projetos científicos;
Criar escolas que desenvolvam temáticas sobre a ciência.
Dessa forma, a ciência dará cada vez mais passos em direção a novas áreas e mercados de atuação, sempre em busca de promover melhorias na sociedade e no meio ambiente.
Empreendedorismo na Tecnologia
Na área de Tecnologia, os profissionais voltam sua atenção para a criação de plataformas, softwares e serviços de consultorias. Áreas como segurança, educação e prestação de serviço são exemplos de campos explorados pelo empreendedorismo nesse segmento.
O profissional de Tecnologia pode investir em um modelo de negócio que mais combina com seu perfil empreendedor. Alguns deles são:
1. Profissional autônomo
O empreendedorismo na área de Tecnologia não significa necessariamente abrir uma empresa e contratar vários funcionários em uma megaestrutura. Muitos profissionais investem sua capacitação para trabalhar autônomo com informática ou outras áreas nas quais possuem mais expertise. O conhecimento profissional é um dos maiores fatores para a credibilidade nessa área de prestação de serviços.
2. Consultor empresarial
A consultoria empresarial é uma opção de especialização para o trabalho como autônomo dentro do empreendedorismo na área de Tecnologia. Atuar com empresas, implementando soluções de segurança de dados, arquitetura de redes e outras tecnologias é um setor bastante promissor.
3. Dono de empresa
Nos dois trabalhos acima, o profissional de Tecnologia pode atuar sozinho na prestação dos serviços desde o atendimento até a execução do trabalho.
Quando o foco é abrir uma empresa formal e montar um equipe, é importante ter em mente o modelo de negócio e como o serviço será realizado. A empresa pode ser especializada em um tipo de solução específica ou ter um portfólio com vários serviços.
Esse é um tipo de empreendedorismo na área de TI mais tradicional que pede bastante organização de gestão, além de conhecimento técnico.
4. Startup
Os profissionais com perfil mais ousado apostam e investem em sua ideia mesmo em um cenário de incertezas. O modelo de negócio de uma startup segue um esquema repetível e escalável para trazer inovação ao mercado.
Oportunidade para as empresas
No Brasil, não é comum as universidades e escolas de cursos técnicos terem em seus currículos uma disciplina voltada ao empreendedorismo. Diante desse quadro, também é um ato empreendedor para as empresas a ação de proporcionar esse conhecimento aos seus colaboradores. Gerar uma cultura organizacional que estimule a iniciativa, as novas ideias e a integração dos profissionais ao negócio pode trazer benefícios às instituições que vão muito além do retorno financeiro.