Black Friday: tendências e comportamento do consumidor

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05 de novembro 2024

Por Tiago Aguiar, superintendente executivo de Produtos, Novos Negócios e Marketing da TecBan

No período de importantes datas para o comércio como Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal, a Black Friday (BF)é a menina-dos-olhos para o mercado publicitário. Para tirar o melhor proveito, os profissionais da área já colocaram a BF nos planejamentos anuais e desenvolvem estratégias de marketing, utilizando ferramentas como pesquisas, mapeamento de tendências e estudos sobre comportamento do consumidor. São essas informações que dão o tom das campanhas e garantem uma melhor experiência ao cliente. É esperado um aumento das vendas, dada a tendência dos últimos anos dez anos – deve-se chegar a um faturamento de R$ 9,3 bilhões, um crescimento de 9,1% em relação a mesma data em 2023.

Para contribuir com os insights de tendências, o Banco24Horas aplicou uma pesquisa de abrangência nacional em seus caixas eletrônicos sobre a intenção de compras na Black Friday, que mostra quais itens os mais de 126 mil respondentes desejam adquirir durante a data. No geral, há uma diversidade sobre o interesse dos consumidores: 18,2% em alimentação, 18,1% em eletrônicos, 15,3% em artigos para casa, 7,4% em vestuário, 7,2% em higiene e beleza, 2,8% em bebidas e 2,5% em viagens. Em relação a pretensão de gastos, a pesquisa demonstra que o consumidor tem fôlego para compras altas. Mais de 21% admitem compras além de R$ 1.000, 45% despenderiam acima de R$ 500 e cerca de 63% acima de R$ 200 na data.

Uma curiosidade sobre o comportamento do consumidor tem chamado atenção e vem ganhando força: eles começam suas pesquisas por custo-benefício muito antes de novembro, quando ocorre a Black Friday. De acordo com outra pesquisa, o Panorama do Consumo da Black Friday, feito pela Globo Gente, 26% dos entrevistados fazem a busca por descontos com três meses de antecedência; outros 22% com um mês; e apenas 5% no próprio dia. Esses dados mostram que os profissionais de marketing estão antecipando as ofertas das empresas e, consequentemente, as campanhas.

No topo do ranking desse mesmo estudo, é possível identificar a importância na diversificação de canais de compra, com destaque para o online. O e-commerce aparece como principal meio de busca (27%), seguido das redes sociais (25%) que, pelo menos desde a pandemia, estão engajadas na comunicação e nas vendas. No entanto, os sites especializados e aplicativos estão despontando no gosto dos consumidores, com 24% e 21% respectivamente – eles baixam os apps em celulares ou tablets.

Essa diversificação segue listada na pesquisa com 19% dos respondentes utilizando sites de comparação, 18% que buscam apenas em sites já conhecidos e que tenham tido boas experiências de compra, 17% que pedem a opinião de amigos e familiares e 12% que têm um site preferido e fazem a pesquisa pelo produto desejado diretamente nele.

Mas mesmo com toda a facilidade do digital, um grupo relevante é o dos consumidores que ainda recorrem às lojas físicas: 24%. Sabemos que esse comportamento está relacionado à necessidade de “sentir” os produtos e aproveitar as oportunidades de negociações presencialmente. Portanto, a diversificação de canais reforça a importância de uma estratégia de vendas omnichannel, na qual as marcas precisam vender tanto no digital quanto no físico para atender a diferentes perfis de consumidores.

Esse cenário mostra que a Black Friday não se trata apenas em oferecer preços mais em conta. Para sair na frente, é fundamental ter dados/informação e planejamento. Desenvolver as estratégias de acordo com as tendências observadas, aproveitar o aumento da antecipação nas buscas e investir na diversificação dos canais de compra e de meios de pagamento são formas de garantir a atenção e atração do consumidor.