Mídia DOOH em tempos de quarentena
12 de maio 2020
Thais Passarella, gerente executiva de Marketing, Marca e Comunicação da TecBan
As medidas preventivas implementadas em boa parte do País colocaram sob nova perspectiva a forma como coexistimos e nos comunicamos como sociedade. Com boa parte da população isolada em casa, novos hábitos apareceram rapidamente para suprir diferentes necessidades, de entretenimento a trabalho. Como profissional de comunicação, é interessante vivenciar a explosão de fenômenos digitais, como lives com mais de 3 milhões de espectadores simultâneos e reuniões remotas. Mais interessante ainda é ver a forma como essas plataformas têm sido utilizadas como meio de transmissão de mensagens-chave: em algumas das lives, viu-se o Ministro da Saúde reforçando as recomendações da OMS, por exemplo.
Porém, o fato de o lugar onde muitos de nós nos encontramos atualmente ser majoritariamente digital não deve nos cegar ao fato de que um número relevante de pessoas prossegue suas atividades, tendo que sair de casa todos os dias. De acordo com pesquisa recente do Instituto Locomotiva, 37% das pessoas continuam trabalhando normalmente. História similar foi contada por uma pesquisa realizada pela Ticket no fim do mês de março, que mostrou que cerca de um terço da base considerada para o levantamento não havia feito trabalho remoto na semana em questão. Somadas a essas pessoas, há ainda muitas outras que continuam saindo de casa para ir ao supermercado, médico, bancos, terminais de autoatendimento etc.
Para essa parcela da população, a jornada de consumo de bens e informações prossegue similar, em uma confluência entre os mundos físico e digital. Logo, assim como vimos empresas e instituições se adequando à realidade on-line de muitos brasileiros, é imprescindível que pensemos em formas de continuar provendo a população que está na rua com serviços e informações essenciais.
Para nós, do mercado de comunicação, isso significa que precisamos continuar pensando em como utilizar plataformas tradicionais e físicas de mídia para transmitir mensagens-chave àqueles que precisam sair de seus lares.
Considerando tal contexto, me parece que um dos pilares com potencial de exploração está nas mídias digital out of home (DOOH). Talvez a razão prioritária seja seu potencial de alcance e frequência. Mesmo em comunidades carentes, sem acesso à internet – situação de trinta milhões de domicílios no País – e, portanto, pouco impactadas por recomendações repassadas por empresas e instituições por vias on-line, comunicações no formato de DOOH possuem a capacidade de impactar o público.
Desde março, o Ministério da Saúde tem veiculado campanhas de alerta e informação sobre o coronavírus à população em mídias DOOH, utilizando telas que (ainda) fazem parte da trajetória cotidiana de milhões de pessoas, como as presentes no transporte público.
Com o mesmo intuito, o Mídia Banco24Horas, plataforma de mídia da TecBan posicionada em cima dos caixas eletrônicos da rede, passou a replicar a campanha do Ministério da Saúde em duas mil telas distribuídas por nove regiões metropolitanas de todo o País (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Salvador e Fortaleza). Ao todo, estima-se que mais de seis milhões de pessoas sejam impactadas pela ação de conscientização – cidadãos que, talvez, não tenham acesso às importantes recomendações e esclarecimentos relacionados ao coronavírus por meio de outras plataformas.
Um dos motivos para tamanho impacto demográfico, mesmo em tempos em que parte da população está em quarentena, passa pelo próprio caráter dos terminais de autoatendimento que contam com o Mídia Banco24Horas: eles estão presentes em estabelecimentos comerciais de segmentos considerados essenciais, como farmácias e mercados. Assim, a ativação cumpre o papel importantíssimo de informar em locais que prosseguem abertos para suprir necessidades críticas em um momento tão delicado.
Não é a primeira vez que o formato de mídia DOOH é utilizado para campanhas de conscientização e nem deve ser a última. Mesmo com os contínuos avanços tecnológicos que presenciamos ano após ano, parte de nossas vidas continua tendo vínculos fortes com o mundo real, pessoas de carne e osso. Como comunicadores, é nosso papel lembrarmos também desses aspectos de nosso cotidiano, traçando estratégias para que as informações cheguem com qualidade ao maior número de pessoas possível. O momento de crise que vivemos exacerba essa necessidade, mas é uma lição que devemos levar sempre conosco.